tag:blogger.com,1999:blog-62522486504395057772024-03-14T04:57:09.685+00:00Insanidade Maquiavélica.« Às vezes gostava de ser como a chuva. »Unknownnoreply@blogger.comBlogger97125tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-55413112185345958382019-07-02T12:50:00.000+01:002019-07-02T12:50:18.334+01:00no correr das horashá no correr das horas um abismo só meu.<br />
aqui me estendo, de pés presos ao chão<br />
e mãos cheias de sonhos.<br />
lá em cima na distância, onde só o meu olhar pousa,<br />
espraia-se fogo e vida e som,<br />
mas aqui no abismo sou eu e o silêncio tardio.<br />
pudera eu ser mais leve que a minha fadiga<br />
e levaria estes sonhos tristes à liberdade da existência.<br />
mas neste abismo no correr das horas<br />
tenho menos de mim do que o que sou,<br />
menos que o silêncio ido e voltado,<br />
menos que vida.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-81244930383187872962018-08-29T16:57:00.001+01:002018-08-29T16:57:23.512+01:00gémea da minha almaos anos correram e eu não.<br />
esqueci-te, larguei as mágoas e amarras,<br />
fechei os olhos ao tempo e ao sentir.<br />
seria assim simples<br />
- como suspiro profundo -<br />
e não teria mais de te ver, irmã,<br />
gémea da minha alma.<br />
<br />
mas apenas deambulei cega,<br />
de tropeção em queda,<br />
e o meu corpo insensível e magoado<br />
fingia não sentir.<br />
fui enganada pelas palavras,<br />
as que disse de mansinho,<br />
sem que desse conta,<br />
e julguei ser livre do que era<br />
do que fui<br />
do que sou.<br />
<br />
e agora,<br />
de olhos abertos e sonhos de dor,<br />
descubro que as amarras cá estão,<br />
que de mágoas estou cheia,<br />
que nunca deixaste a minha beira, irmã,<br />
gémea da minha alma.<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-50802306009105011272016-11-05T15:21:00.003+00:002016-11-05T15:22:13.543+00:00tanto já carregaste tanto<br />
por tanto tempo<br />
já foste tudo e tiveste nada.<br />
e agora és chamada por quem não vejo.<br />
<br />
talvez a verdade esteja nas palavras<br />
que não dizes, ou talvez<br />
nas que não lembras.<br />
<br />
é uma viagem que fazes só,<br />
a mais longa<br />
a mais lenta<br />
a mais longínqua.<br />
para mim, que carrego as tuas mágoas,<br />
a mais dolorosa.<br />
<br />
esquece, que eu lembro<br />
enquanto souber lembrar.<br />
nas mentiras que já são honestas<br />
disfarço a saudade.<br />
<br />
já carregaste tanto.<br />
foste o mundo.<br />
agora é tarde;<br />
carrega apenas as lembranças,<br />
as que te fazem menina.<br />
<br />
é tão tarde;<br />
dá-me o teu braço<br />
(sei que não gostas)<br />
e vamos. eu leio-te.<br />
<br />
já foste o mundo.<br />
eu sou o resto.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-14397766870123286322016-07-03T21:04:00.002+01:002016-07-04T19:20:13.421+01:00é uma emboscada, a noite.é uma emboscada, a noite.<br />
é o morrer de um cansaço em pedaços,<br />
de uma angústia dorida de arrastada pelo dia.<br />
é a violência das descobertas feitas na escuridão<br />
dos soluços quando não há mais palavras<br />
nem gestos<br />
nem sonhos ou<br />
presenças.<br />
há este vazio de solidão e esta solidão vazia<br />
há falta de tudo e nada chega.<br />
há gritos que morrem antes de nascerem,<br />
quando se sufocam em lágrimas e remorsos.<br />
há o conforto doloroso de que o dia chega.<br />
amanhã.<br />
outra vez.<br />
do início.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;">24/04/2014</span></div>
<br />
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-17908696888691676312015-02-14T12:55:00.003+00:002015-02-14T12:55:48.327+00:00enquanto espero que esta hora passeenquanto espero que esta hora passe<br />
e me encontre à beira do caminho<br />
tic<br />
enquanto desvivo sonhos e pausas de ser<br />
e troco suspiros por vozes manchadas<br />
toc<br />
enquanto sinto mais que sopros<br />
menos que toques<br />
tic<br />
enquanto fecho os olhos e há mais em mim agora<br />
toc<br />
e já não sei que faço ou por que espero<br />
e a hora passou e aqui me quedo<br />
salva do tempo por negligência minha<br />
coleccionando silêncio e minutos gastos,<br />
enquanto espero que esta hora passe.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-23815442399060225062013-03-10T14:38:00.000+00:002013-03-10T14:38:00.517+00:00Há um silêncio proféticohá um silêncio profético no cair da noite.<br />
vem, e diz-me<br />
tu não sabes viver, que viver é mais<br />
e isso que fazes é longínquo como o horizonte,<br />
conta-me em tom seguro.<br />
mas eu já o sei,<br />
conheço de cor todos os passos que não dou<br />
e os caminhos por onde não me levo.<br />
mas a noite chega e relembra-mos com histórias<br />
e encontros despertos em decadência.<br />
adormeço com a mente entrançada em contos<br />
com finais infelizes.<br />
<br />
[03.12.2012]Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-57145987629372517612013-03-06T14:36:00.002+00:002013-03-06T14:36:58.059+00:00Chovechove,<br />
como eu choveria se a minha alma<br />
fora carregada de instantes vazios que despejo<br />
qual imaculada certeza no mundo.<br />
chove,<br />
como eu choveria se soubesse que o tempo<br />
se gasta em traços mal-amados<br />
cobertos pela insanidade dos risos.<br />
chove,<br />
como eu choveria se houvesse em mim<br />
razões para chorar.<br />
mas eu sou um abismo de tristezas<br />
pintadas a nada.<br />
chove,<br />
mas a chuva cai sem mim.<br />
<br />
[20.11.2012]Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-61142601363292546502012-09-22T21:02:00.002+01:002012-09-22T21:02:30.393+01:00cá dentroas vozes estão todas dentro de mim<br />
vêm de alegrias e comoção,<br />
recheadas de auspícios de boaventura<br />
— são arautos de medo<br />
e estão todas cá dentro.<br />
orladas de pérolas choradas<br />
de abismos de tempo perdido<br />
de sonhos gastos<br />
que nunca tive.<br />
estão cá dentro, com garras e morte<br />
e gritos que cá ficam<br />
porque estão cá dentro<br />
e cá dentro ficamUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-29493286362540976762012-07-10T23:33:00.003+01:002012-07-10T23:33:24.255+01:00amarraspreciso de uma realidade forte e suave<br />
de gestos com palavras que me toquem<br />
me prendam<br />
me soltem<br />
de desejos, não de sonhos<br />
de mãos que me sustenham aqui<br />
não me larguem para o céu<br />
<br />
mas eu sei ser sozinha<br />
e as amarras que preciso<br />
prendo-as eu<br />
por ora<br />
<br />
(não chegam)<br />
<br />
01.07.2012Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-23189017434107094222012-05-09T22:34:00.002+01:002012-05-09T22:36:37.989+01:00não estás aquihá todos os espaços que precisam de ser cheios<br />
e as palavras que não chegam nem lhes tocam<br />
nos vazios onde cresce a noite<br />
e nas horas quando se evaporam desejos<br />
e não encontram voz em sussurros<br />
<br />
quando os gritos são ecos<br />
<i>serás és foste foras</i><br />
nunca serias ou agora<br />
os olhos fechados ao quarto desenham clausuras<br />
mas já não estás aqui<br />
por que não estás aqui?<br />
<br />
é a tua mão que oiço nos dias escuros<br />
estendo a minha<br />
e perdi-te.<br />
<br />
por que não estás aqui?Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-20967462611231884742012-03-04T20:53:00.000+00:002012-03-04T20:53:20.212+00:00esta vida é uma morte lentaesta vida é uma morte lenta<br />
de indiferença em indiferença<br />
até uma apatia maior<br />
abulia da alma com o corpo.<br />
<br />
esta vida é um crepúsculo<br />
sei-o bem de cinzentos<br />
cores do meu coração<br />
cores do âmago do mundo.<br />
<br />
esta vida, como todas, é não sentir.<br />
é fenecer como as flores<br />
e perder todos os modos de amar<br />
enquanto os anos são nossos.<br />
<br />
esta vida é um espelho sem nós<br />
que não há lugar para ser<br />
nesta vida que não nos tem.<br />
<br />
esta vida é um abismo e<br />
nada.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-89126386154229142932012-02-11T15:39:00.001+00:002012-02-11T15:39:41.340+00:00pedem-me palavraspedem-me palavras que não tenho<br />
e sorrisos que perdi<br />
quando era de todas as cores e o dia<br />
era meu.<br />
as palavras - talvez nunca as tenha tido<br />
- eram trejeito a solavancos de vivências<br />
e bálsamos para maleitas de espírito.<br />
os sorrisos, esses, deixei-os pela estrada<br />
com as flores que nunca colhi.<br />
<br />
guardá-las-ei para quando todas as cores forem minhas e<br />
o dia for meu<br />
de novoUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-66186243855621102432012-01-30T14:19:00.000+00:002012-01-30T14:19:10.190+00:00esperas à minha beiraesperas à minha beira<br />
sentada de mãos no regaço<br />
enquanto perco os trilhos pelas faces<br />
e o silêncio pela dor.<br />
de olhos carregados observas<br />
a ruína que me toma, e eu não sei<br />
-nunca soube-<br />
mais que desfazer-me em tuas mãos<br />
uma e outra vez<br />
com soluços que me arrancam a alma<br />
<br />
não sorris.<br />
desconheço o prazer que tomas em destruir-me assim,<br />
sem palavras ou gestos ou existência<br />
sem humanidade maior que a minha.<br />
não há mais que isto, menos, é igual ser e<br />
não ser será o limite da ignomínia,<br />
antes caíssem as pontes e eu<br />
sempre eu<br />
ficaria aqui, sentada à tua beira<br />
<strike>mas dói, dói tanto</strike><br />
até te cansares e partires<br />
<i>por hoje</i>.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-88983712797988316642012-01-20T13:55:00.001+00:002012-01-20T13:55:26.446+00:00é a mesma.é a mesma. a de sempre, a de nunca,<br />
a de amanhã.<br />
cá te espero de tinta e mágoas<br />
em branco véu para começarmos de novo.<br />
já perdeste mais que uma palavra<br />
e agora és areia passada,<br />
rebocada pelo mar da memória.<br />
são tons que não contam não sentem<br />
não são<br />
<br />
foram tantos, em dias maiores com dores<br />
mas não quero mais que me toquem<br />
e me arrastem para teu mar profundo.<br />
o que cometi na ignomínia do egoísmo<br />
evoca-se na incoerência da tua culpa<br />
e a minha assim se esbate.<br />
deixo o meu mundo sem o teu<br />
inspiro fundo o sabor a liberdade<br />
deixo de ser mártir ou pecadora<br />
sou os vários pedaços de mim.<br />
<br />
<i><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">[21/09/11]</span></i>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-82034078311250433572012-01-02T22:21:00.003+00:002012-01-02T22:21:49.597+00:00ficafica, não partas também.<br />
deixa-me ser teu olvido e<br />
a tristeza de teus olhos baços<br />
<br />
não vás, quero-te aqui.<br />
quero o teu som rouco de idade<br />
e a tua consistência constante<br />
<br />
as partidas são tão longas<br />
demasiado<br />
e não sei mais onde esconder as lágrimas<br />
<br />
não partas também, fica.<br />
deixa-me alimentar-te com meus sorrisos<br />
e viver-te com a honestidade murada<br />
<br />
<i>[se a hora for definitiva</i><br />
<i>e a perpetuidade do que desejo se for</i><br />
<i>serás de todas as cores de que </i><br />
<i>são feitas as estrelas</i><br />
<i>e não estarás só]</i>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-66897395978707570392011-11-27T19:35:00.001+00:002011-11-27T20:30:23.206+00:00sereiaafundei todos os barcos sem que soubesses,<br />
marinheiro,<br />
que é ida a hora em que te poderias salvar.<br />
apaguei os traços dos navios,<br />
em mastros partidos afiei as garras,<br />
em lemes tomei comando de profundezas<br />
<br />
soubesses, marinheiro, que minha voz é outra!<br />
que palavras são rasgos em sangue<br />
que são lascas cravadas de barcos perecidos<br />
e arrastados ao nunca por mim<br />
<br />
soubesses, marinheiro, que minto.<br />
que não te digo o que falta e<br />
sou eu<br />
<br />
mas não sabes, pobre marinheiro,<br />
que nesse embalo que sentes,<br />
entoado pelo meu mundo de trevas ondulantes,<br />
chegará teu fim dorido,<br />
olvidando-te a alma que tomei como minha<br />
<br />
e não saberás, meu tesouro,<br />
mais que o toque árido e gelado<br />
das águas que são minhas,<br />
para sempreUnknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-72323677845913232352011-06-30T00:30:00.000+01:002011-06-30T00:30:02.794+01:00Não chega.não chega.<br />
como chegaria se é uma imensidão pequena<br />
cheia de coisas de nada?<br />
não toca o fundo e alcança o nada<br />
e nunca chega.<br />
não chega.<br />
não doira as bordas da indomável,<br />
não pinta os sonhos ou orna as cores.<br />
pequena insignificante incompreensível.<br />
dorido rasto de soberba e imaculada arrogância,<br />
nos instantes arrastados e mudos.<br />
não chega.<br />
não!<br />
pois se não tem querer ou vida!<br />
não, não chega!<br />
o que resta de sobras do que satisfez o moroso tempo<br />
é um resquício irascível que fenece sem horas.<br />
não chegou.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-8099289387941032672011-04-10T12:58:00.000+01:002011-04-10T12:58:04.200+01:00quebraram-se as ponteso lápis traça as linhas em que me oculto<br />
neste céu de pétalas de glicínia vetusta,<br />
nestas cores pálidas de amanhecer.<br />
<br />
é um infinito em que o mundo não escorrega<br />
e o tempo passa como se não passasse.<br />
há nas letras mais vida e nas formas mais ser<br />
e as palavras não doem. e eu não<br />
sou.<br />
<br />
as pontes quebraram-se e<br />
shh, é a hora eterna do silêncio,<br />
parceiro de cartas até ao final<br />
da noite sem fim<br />
(aqui onde me deixo)<br />
<br />
quebraram-se as pontes e<br />
as letras são minhas.<br />
novamente.Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-19978569758003719602010-11-18T22:57:00.000+00:002010-11-18T22:57:00.731+00:00chega-me a alma.perco a caneta mas chega-me a alma.<br />
chega para lavrar o que quero com a tinta do que me desejam.<br />
chega-me, então, para alcançar a noite com o sorriso que guardo,<br />
enrodilhado em recados que tocam todos o âmago<br />
(naquele enrodilhado heterogéneo de saudades)<br />
e é sempre cedo demais, mas chega.<br />
chega para salvar as tristezas para amanhã, é só mais um dia,<br />
hoje é mais um dia, são todos dias iguais mas hoje, sim, hoje,<br />
é diferente.<br />
mais uma vez, antes de ires, e a emoção é mais que inesperada,<br />
falta tão pouco, já está, já foi.<br />
foi mas ficou, que a alma que me chega, na calma antes da tempestade que sou,<br />
guarda o sorriso e os obrigados, nunca gastos de tanto repetidos.<br />
<em>obrigada.</em>Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-32381054623346004522010-10-19T21:41:00.001+01:002010-10-19T21:42:55.659+01:00dorme bem, noite.<div class="postcolor">fora, lá fora, cheira a serra e a noite.<br />cá dentro há a tranquilidade doce em que se esconde o ensandecer tardio,<br />moribundo soberano, déspota intemporal perdido em ruídos vãos.<br />mas no quarto cansado em que correm as trevas pela luz quebrada,<br />é pela janela que entra a monotonia serena e sem soberba do dormir do dia,<br />é pela janela que se evade a noite da rua e vem, suave, leve e ternamente, a mim.<br /><br />dorme comigo, noite! dorme esse sono que sentes em omnipresença, dorme comigo.<br />e em ti, enquanto esquecemos o resto e me entras pela janela e foges do mundo,<br />nos lençóis da minha infância, na cama desfeita de indolência ociosa,<br />passamos pelo abraço eterno do cansaço perfeito.<br />dorme bem, noite. </div><div class="postcolor"><br /></div><div class="postcolor"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">[Para o </span><a href="http://z11.invisionfree.com/Colinas_de_Palavras/index.php?showtopic=923&view=findpost&p=4671462"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Colinas</span></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">]</span></div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-74770627375838805192010-09-19T17:34:00.000+01:002010-09-19T17:35:20.550+01:00Nostalgiafaltam-me aqui, no calor escorreito e leve, as gargalhadas roucas da tua alma<br />e os bocejos que tocam os fins das manhãs, do tamanho do teu imenso sorriso.<br />e todas as discussões são estradas de paciência mal calcorreadas, perdendo-se<br />enquanto chegamos a lado nenhum entre palavras acesas de teimosia.<br />outros te diziam o mesmo, a ti que és quem me lembro de não ter,<br />que guardavas os actos para a gentileza e a acidez para os discursos virulentos,<br />que aquecias de amor ou frustração com tua impetuosa voz, mas nunca foste tu de ouvir,<br />ou eu, que é de família esta surdez, memória bem-amada e contraditória, pejada de saudades.<br />e, não te vendo, sabe que estás entre as alegrias e és lembrado com tanto carinho que dói,<br />e que a árvore que podaste cresce de ano para ano, mais alta e imponente que nunca. <div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">[Para o </span><a href="http://z11.invisionfree.com/Colinas_de_Palavras/index.php?&&CODE=00"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Colinas</span></a><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">.]</span></div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-3433416664718984702010-07-14T20:23:00.008+01:002010-09-19T17:38:49.142+01:00lá foralá fora.<br />entre os candeeiros acesos para matar as estrelas<br />e as janelas corridas para não entrar a noite<br />lá fora.<br />onde estão os crepúsculos e amanheceres<br />e o sol e a lua giram pelo fim, exauridos<br />lá fora.<br />imersos no vento que é sopro de frestas,<br />feito de suspiros de vozes embaladas<br />lá fora.<br />no lugar onde os acordes de músicas perfeitas<br />arrancam notas de jubilosa tristeza<br /><br />lá fora.<br />lá fora estão todos os caminhos e lá fora perdi-te,<br />era doce de viagens de casa em casa, sussurros de brisas,<br />carícias, pecados, sonhos desconhecidos da derradeira.<br />como pode o mundo ficar para trás quando o carregas no peito?<br />lá fora é a serventia do silêncio obliterante,<br />do rodar das engrenagens que te amam a alma.<br />se a tens.<br />lá fora perdes o dom da nostalgia pelo da melancolia<br />e a todas as horas os dedos gastam-se pelo dedilhar de pianos sós.<br /><br />ao longo dos passos caminha a sombra dos dias felizes,<br />lá fora.<br /><br /><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">[ao biscoito]</span>Unknownnoreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-31621798065739405422010-05-26T09:53:00.005+01:002010-07-14T20:17:47.898+01:00as cores do mundose o mundo tem cores não as vejo,<br />lavadas pela chuva do amanhã<br />que te embebeda os sentidos.<br />tudo é abulia inglória, singela apatia<br />feita da morta 'sprança,<br />e o sono dos justos foi em tempos,<br />agora é dos que ousaram sonhar.<br />"amar" é palavra vã, pois como se ama<br />se tudo é o mesmo e é impossível amar tudo?<br />já não temos idade para lágrimas ou<br />nuvens cerradas no bolso para dar,<br />e as apoteoses da ciência tocam outros<br />que não nós.<br />caí na repetição<br />caímos na repetição<br />caiu o mundo na repetição<br />e cheira a monotonia,<br />cheira ao mesmo e ao sempre<br />com golfadas de inusitado.<br />quando te afastares para casa hoje<br />será a última vez<br />até amanhã.Unknownnoreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-87190114841048257712010-05-07T16:01:00.003+01:002010-05-07T16:17:21.748+01:00do ponto onde te encontrasdo ponto onde te encontras vês a borda do mundo,<br />estendes os dedos e vences a manhã com carícias pagãs.<br />cresce o dia, vai tarde a vontade, agora, nem todas as vezes<br />é repouso o sonhar que fazes.<br />fosse toda a música feita de ti, como a fazes,<br />e nascerias da abulia que esgrimes como arma de sopro.<br />sopro, pois que todos os ventos são resquícios de memórias,<br />e as noites apagam-se com a facilidade de velas murchas.<br />é desta! toca, sente, ergue a face e roça as nuvens que te aspiram,<br />milagres antecipados e feitos da erva que te acorda o caminho<br />durante a manhã que venceste com carícias pagãs.<br />sê heresia.<br />sê o cantar mais inocente que a ponta da tua caneta alcançar<br />e suspira confissões escondidas; ninguém tas saiba que te votam ufano,<br />vendendor de almas a troco de ingenuidade.<br />os pecados, sentidos como beijos contraditórios,<br />são somente papéis banhados no rio de versos perdidos,<br />lavados da cor pelo ondular do tempo.Unknownnoreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6252248650439505777.post-80703307247446920512010-04-10T18:18:00.004+01:002010-04-10T18:30:28.275+01:00Preciso.preciso de respostas imediatas como o ricochete dos sonhos no mundo,<br />bruscas, tão bruscas que me tiram o fôlego.<br />não quero viver na pressa dos segundos, mas as horas são lentas em demasia,<br />as mais das vezes.<br />preciso de hipérboles de cor para equacionar as minhas interjeições,<br />que cobertas não fazem sentido.<br />preciso do que não dou por egoísmo, quisesse a vida ser justa e<br />precisaria mais ainda do que posso.<br />preciso, neste querer imediato e feroz, de todos os sorrisos do mundo,<br />que os meus não chegam.<br />quantos me sobrarem usá-los-ei, um diferente cada dia,<br />que os dias são diferentes para mudar os sorrisos.<br />dá-me das pedras que escorregam de baixo dos pés,<br />dá-mas com a chuva na primavera tardia, quando roça o estio,<br />e não há roupa que cubra as peles secas e aradas.<br />preciso de esquecer os que me sabem e de olvidar a vida para viver;<br /><span style="font-style: italic;">la mémoire m'effraie quand je me sens seule et les larmes demandent mon foyer.</span>Unknownnoreply@blogger.com7