Ficámos para trás, olvidados,
Esboçados sentidos expoentes.
Éramos então importantes,
Restámos abandonados;
Somos agora pecados,
Manchas em imaculados inocentes.
Contámo-nos contados
Relidos em indelicada impaciência.
Fomos resquícios de vidas,
Agora somos enjeitados,
Na lareira ardemos, queimados,
Gasta está nossa breve sapiência.
Pois que de nós resta, se restamos?
Fomos o agora pela mão,
Pela chama o antigo somos.
Enegrecemos, encarquilhamos,
Agora cinzentos, esbranquiçamos.
Isentos do mundo, guardados no coração.
E somos palavras de cinza.
[Colinas, 23/12/08]
6 comentários:
Lindo! (Apesar de eu não ser fã de palavras em cinza... tadinhas...)
Eu também quero ser Cinza! =D
Espero que estas palavras nunca se tornem cinza. :)
Passo para desejar um feliz Natal para ti e para os teus familiares e amigos! :)
Tiago
Passa pelo meu Reflexões Exteriores. Recebeste alguma coisa por lá... :)
Tiago
Um Bom 2009!!
Beijinhos.
Lord of Erewhon
Já andava há que tempos para comentar o poema, mas sempre que cá vinha estava com a outra conta --'
Adorei, para variar um bocadinho :P
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Espero que nada mais fique cinza.
Está lindo! Não direi perfeito...mas os gostos mudam de pessoa para pessoa! E de qualquer maneira, também gosto.
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