.Lancei-te ao mar no outro dia e não esperei resposta
Coube-me o mundo nas mãos invertida fé no tempo
!"Antes no tempo que em mim! Rodei a vida nas mãos
Fiz-me de Moira santa enrolada em cetim de crenças"
.Sorri ao mar que t'engolira e não te voltaria a ver mais
Joguei atrás de ti dixe teu a que eu chamava quinquilharia
!"Pois que sabes tu de jóias se tens nas mãos o mundo
E afinal não era o mundo e era eu! Chamo-te eu vão"
.Virei o mar de reverso para te ver naufragar no profundo
Debrucei-me com cuidado por te querer longe de mim
!"E longe fiquei eu! Mais longe que o possível por nós e cordas
Viste-me naufragar e não me estendeste a mão quando sufoquei"
.Revirei de novo o mar e serviu-me agora de espelho rotundo
Emoldurado pelo céu e pela linha de fundo que é o horizonte
!"E eu lá fiquei no fundo! Queda e muda e afogada no azul
E tu sorriste-te e eu pensava que era a mim que sorrias"
.Oh tão amado que me fui quando te lancei naquele dia ao mar
E te esqueci. Esqueci a cor dos teus braços e o toque dos dedos
!"Pois se nos teus seguravas o mundo e todas as outras mãos
São vãos de escadas! E eu fico no fundo com a minha jóia"
.Sorri finalmente por último e virei costas ao mar e a ti
Depois que te lancei ao mar naquele dia e te esqueci
!"E eu fiquei no fundo do mar onde me lançaste! E já a morrer sorri
Enquanto viravas tu as costas a mim e ao mar onde pereci"
[Para o Colinas.]
2 comentários:
Dois pontos de vista que se entrecruzam.
Muito bonito, minha senhora ^^
Gostei bastante da pontuação. No mínimo original...
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