Ténue vagem de espr'ança,
por que para tão longe te foste?
Partiste sem um adeus,
sem um aceno que fosse.
Que deixaste para trás?
A lua ebânea que tremeluz,
como se também ela quisesse partir.
Sim!, que todos os astros te amam,
são poemas embebidos e escritos
com a tinta da tua felicidade!
Que vazio, oh, dor que resta,
encriptados pelo inglório esforço
(ou talvez natureza) de perdão,
que corrompe o mundo de dissimulado,
a dois
e dois
e dois,
espírito velho e cansado.
Delicia-te no masoquismo velado
que se atravessa por este vento,
nestas (des)graças que te quebram,
e o balanço é precário,
porventura como sempre.
Diz-me que não queres mais,
que o que deixaste é meu,
que é tudo da verdade mais pura!
Não, oh não, não me tentes convencer,
não me sustenhas as lágrimas
que se me correm, céleres em mágoas,
vazando-me o corpo de tormentos.
Vive-me o credo na boca e
quero-o fora daqui, depressa!
Ide nesse vosso embalo transtornado,
em sinuoso embuste de falsa trapaça.
Clamo como o poeta em tempos clamou,
chamando a si seres das trevas e fantasmas,
porque a noite é deles e eu partilho-a,
incessante e metaforicamente,
pois se noite são as horas raiadas de sol!
Talvez seja tudo disparate,
asneira embrulhada em bela seda,
engano que tomei por tão certo.
Mas digo-me que não,
que tudo é correcto e meu
ainda que errado e alheio,
e entranço-me de fé neste desejo,
carência profunda de um je-ne-sais-quoi de perfeição.
por que para tão longe te foste?
Partiste sem um adeus,
sem um aceno que fosse.
Que deixaste para trás?
A lua ebânea que tremeluz,
como se também ela quisesse partir.
Sim!, que todos os astros te amam,
são poemas embebidos e escritos
com a tinta da tua felicidade!
Que vazio, oh, dor que resta,
encriptados pelo inglório esforço
(ou talvez natureza) de perdão,
que corrompe o mundo de dissimulado,
a dois
e dois
e dois,
espírito velho e cansado.
Delicia-te no masoquismo velado
que se atravessa por este vento,
nestas (des)graças que te quebram,
e o balanço é precário,
porventura como sempre.
Diz-me que não queres mais,
que o que deixaste é meu,
que é tudo da verdade mais pura!
Não, oh não, não me tentes convencer,
não me sustenhas as lágrimas
que se me correm, céleres em mágoas,
vazando-me o corpo de tormentos.
Vive-me o credo na boca e
quero-o fora daqui, depressa!
Ide nesse vosso embalo transtornado,
em sinuoso embuste de falsa trapaça.
Clamo como o poeta em tempos clamou,
chamando a si seres das trevas e fantasmas,
porque a noite é deles e eu partilho-a,
incessante e metaforicamente,
pois se noite são as horas raiadas de sol!
Talvez seja tudo disparate,
asneira embrulhada em bela seda,
engano que tomei por tão certo.
Mas digo-me que não,
que tudo é correcto e meu
ainda que errado e alheio,
e entranço-me de fé neste desejo,
carência profunda de um je-ne-sais-quoi de perfeição.
[Para o Colinas.]
2 comentários:
Que vocabulário tão rico!,
diria a minha professora de português.
Eu digo, apenas, que é bonito.
Qui bunito, Kath...
xD Obrigada, Lifer. Ou Lífer, como diria o Erok. x)
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