afundei todos os barcos sem que soubesses,
marinheiro,
que é ida a hora em que te poderias salvar.
apaguei os traços dos navios,
em mastros partidos afiei as garras,
em lemes tomei comando de profundezas
soubesses, marinheiro, que minha voz é outra!
que palavras são rasgos em sangue
que são lascas cravadas de barcos perecidos
e arrastados ao nunca por mim
soubesses, marinheiro, que minto.
que não te digo o que falta e
sou eu
mas não sabes, pobre marinheiro,
que nesse embalo que sentes,
entoado pelo meu mundo de trevas ondulantes,
chegará teu fim dorido,
olvidando-te a alma que tomei como minha
e não saberás, meu tesouro,
mais que o toque árido e gelado
das águas que são minhas,
para sempre
3 comentários:
Que vil sereia... gostei gostei ^^
*rouba*
É uma sereia má, não roubes que ela papa-te!
serei a?
afundei sem que soubesses, todas as naus
marinheiro morto, o mar te guarda
no teu esquife feito de velhos paus
tua mortalha é tua farda
é ida a hora em que te salvar poderias .
pois tão nítido no azul profundo
nesse mar em que por braças medias
a profundura do mar em que te afundo
serei a sereia que sou
uma angústia de sal me desenha
neste mar azul em que estou
é certo que a morte venha
tu que apostas na vida a cartada
fazes marinheiro a aposta errada
pois apaguei os traços dos navios,
em mastros partidos afiei as garras,
urdi naufrágios em negros fios
em todos os portos em todas as barras
sem leme tomei comando de profundezas
e em marinheiros e soldados
nas garras espremi todas as certezas
e nesses corpos da vida esfolados
meti profundo o meu dente
e contra tudo e toda a gente
ninguém me tira dos dedos
lendas de naufrágios e enredos
e pelo mar dentro às escondidas
parto para novas surtidas
soubesses, tu marinheiro,
que minha voz abarca o mundo inteiro
ou coisa assis
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