terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
Pesadelos e Metáforas.
buscas a mercê definitiva do tempo
cantando a ti nos solarengos dias
e nas madrugadas asfixiantes
pejadas do sono de noites
cujos sonhos intranquilizam.
sonhos maus.
prenúncios de derrotas contra a
velhice ou
separações de inebriante dor
e choras nos sonhos
porque as lágrimas reais
secaram
para sempre (?)
suspiras – oh, quão doce!
- e a geada alastra pelos teus dedos
enquanto te esfumas em nevoeiro
ouvindo os gemidos tardios do despertar.
na forma etérea
(teus pés já não tocam o chão húmido,
enlameado)
miras o decapitado Orpheu e a sua lira estilhaçada
- metáforas de desespero.
mas tu não és sua Eurydice,
ou sequer o tenebroso Hades.
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7 comentários:
Para começar devo dizer que estou admirado da tua veia poética Kath. Foi uma surpresa agradavel sem duvida!
Quanto ao poema em si gostei, a mensagem não poderia ser mais clara e evidente. A tua escrita permite uma boa fluência de leitura ao longo de todo o texto sem que o significado das palavras se deixe perder. Vejamos ainda que a temática em si do poema também ajuda a prender a atenção do leitor ,pelo menos a mim assim o fez.
Uma pequena questão a ficar no ar: no começo quando abri o blog e vi a mancha de texto do poema, reparei que todo ele estava em minúsculas. Fiquei na duvida se seria lapso ou intencional,em que mais tarde fostes tu própria a esclarecer-me que fora intencional...
Pois bem, sendo então intencional, o seu propósito de tal estará relacionado com a diminuto estatuto de espírito do "eu" poeta?
Creio que essa da insanidade maquiavélica não condiz lá muito com pinturas e poemas, mas como tu és o Mal, deve haver aí por trás um esquema intricado qualquer.
Sobre o poema, é teu, gostei da mudança de tema e as estrofes finais são as melhores.
«(teus pés já não tocam o cão húmido,
enlameado)»
não será 'chão'? Se bem que 'cão' também seja uma palavra fofa.
Já me conheces, Crook. x) Claro que há um esquema maléfico, muihihih.
É "chão", sim. Lala, ninguém nota. Pisar cães também deve ser engraçado, apesar de tudo. Menos os meus.
Gostei do poema, o título está fenomenal, o vocabulário ainda melhor, e o tema escolhido e a profundidade do sentimento ao longo de cada verso: perfeitos!
Quanto ao blog, desejo ao maior das sortes :)
Maquiavelicamente falando,
Tiago'
Obrigada, Sapiens.
Ainda bem que gostaste.
(Bem, e ando eu por aí a dizer que sei escrever versos... -.-' devia esconder-me...)
Parabéns! Está lindíssimo, num ritmo envolvente e extasiante ^^
Jinhux**
Mas tu escreves bem, Leto! Muitíssimo bem! Très très (beaucoup)bien!
Obrigada. ^^
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