sábado, 21 de junho de 2008

Boa noite.

Boa noite, Lua.
Deixa que seja eu hoje a embalar-te.
Posso?
Cantar-te em voz rouca ao ouvido,
como um sussurro entre nós,
conversa séria de mulher para mulher.
Ou podemos quedar-nos em silêncio;
se o silêncio diz tudo, para que existem palavras?
Para o esconder?
Não interessa, não é essa a questão.
Ficam as promessas para trás,
largadas na berma da estrada
e resvalando em Pó,
junto às papoilas de uma estação esquecida.
É leves que viajamos agora;
olho-te de soslaio e vejo esse teu sorriso permanente.
Constante e fugidio, por vezes dir-se-ia o mesmo.
É este o amor entre nós:
eu olho e tu sorris,
como se fosse por olhar que tu sorrias.

Boa noite, Lua.
Salva em ti meus sonhos.