domingo, 10 de abril de 2011

quebraram-se as pontes

o lápis traça as linhas em que me oculto
neste céu de pétalas de glicínia vetusta,
nestas cores pálidas de amanhecer.

é um infinito em que o mundo não escorrega
e o tempo passa como se não passasse.
há nas letras mais vida e nas formas mais ser
e as palavras não doem. e eu não
sou.

as pontes quebraram-se e
shh, é a hora eterna do silêncio,
parceiro de cartas até ao final
da noite sem fim
(aqui onde me deixo)

quebraram-se as pontes e
as letras são minhas.
novamente.