terça-feira, 29 de julho de 2008

Surdez.

"But you don't really care for music, do you?"

Nem pela cantada pela noite,
aquela sinfonia de
grilos
brisas exaustas
amores jurados em
tentativas de compreensão.

Não te interessas pela música da ESCURIDÃO
que rompe pela da claridade; notas soltas -
negras!,
derivando do sabor da tranquilidade.

Ou te interessarias tu pela melodia
[que pesa no calor]
incansável do estio,
quando Prosérpina se junta à materna fertilidade
e os campos entoam canções cravadas de bagos?

Não te interessam os sumarentos versos
nem o gentil refrescar palrante da água
que se queda muda no Inverno.
Que te dizem os degelos do despertar
quando a mil vozes juntas sedução sua?

NADA!
Pois que ouves tu em surdez alheia?


sexta-feira, 18 de julho de 2008

Nestes campos que pisamos.

E se nestes campos que pisamos
já tiver calcorreado,
pés descalços em brandas flores,
quem antes de nós fora uno;

de entre fugas esguias à ceifeira.

Como agora somos,
pedaços dos dias despojados,
cansados de vitupérios
que nem nossos se diriam.

Jamais seremos "nós"
a partir deste momento votado à ignorância alheia.

Falta-me a foice, mas a tarefa é minha;

Assim o dito.