sábado, 10 de abril de 2010

Preciso.

preciso de respostas imediatas como o ricochete dos sonhos no mundo,
bruscas, tão bruscas que me tiram o fôlego.
não quero viver na pressa dos segundos, mas as horas são lentas em demasia,
as mais das vezes.
preciso de hipérboles de cor para equacionar as minhas interjeições,
que cobertas não fazem sentido.
preciso do que não dou por egoísmo, quisesse a vida ser justa e
precisaria mais ainda do que posso.
preciso, neste querer imediato e feroz, de todos os sorrisos do mundo,
que os meus não chegam.
quantos me sobrarem usá-los-ei, um diferente cada dia,
que os dias são diferentes para mudar os sorrisos.
dá-me das pedras que escorregam de baixo dos pés,
dá-mas com a chuva na primavera tardia, quando roça o estio,
e não há roupa que cubra as peles secas e aradas.
preciso de esquecer os que me sabem e de olvidar a vida para viver;
la mémoire m'effraie quand je me sens seule et les larmes demandent mon foyer.