quinta-feira, 18 de novembro de 2010

chega-me a alma.

perco a caneta mas chega-me a alma.
chega para lavrar o que quero com a tinta do que me desejam.
chega-me, então, para alcançar a noite com o sorriso que guardo,
enrodilhado em recados que tocam todos o âmago
(naquele enrodilhado heterogéneo de saudades)
e é sempre cedo demais, mas chega.
chega para salvar as tristezas para amanhã, é só mais um dia,
hoje é mais um dia, são todos dias iguais mas hoje, sim, hoje,
é diferente.
mais uma vez, antes de ires, e a emoção é mais que inesperada,
falta tão pouco, já está, já foi.
foi mas ficou, que a alma que me chega, na calma antes da tempestade que sou,
guarda o sorriso e os obrigados, nunca gastos de tanto repetidos.
obrigada.