já carregaste tanto
por tanto tempo
já foste tudo e tiveste nada.
e agora és chamada por quem não vejo.
talvez a verdade esteja nas palavras
que não dizes, ou talvez
nas que não lembras.
é uma viagem que fazes só,
a mais longa
a mais lenta
a mais longínqua.
para mim, que carrego as tuas mágoas,
a mais dolorosa.
esquece, que eu lembro
enquanto souber lembrar.
nas mentiras que já são honestas
disfarço a saudade.
já carregaste tanto.
foste o mundo.
agora é tarde;
carrega apenas as lembranças,
as que te fazem menina.
é tão tarde;
dá-me o teu braço
(sei que não gostas)
e vamos. eu leio-te.
já foste o mundo.
eu sou o resto.
sábado, 5 de novembro de 2016
domingo, 3 de julho de 2016
é uma emboscada, a noite.
é uma emboscada, a noite.
é o morrer de um cansaço em pedaços,
de uma angústia dorida de arrastada pelo dia.
é a violência das descobertas feitas na escuridão
dos soluços quando não há mais palavras
nem gestos
nem sonhos ou
presenças.
há este vazio de solidão e esta solidão vazia
há falta de tudo e nada chega.
há gritos que morrem antes de nascerem,
quando se sufocam em lágrimas e remorsos.
há o conforto doloroso de que o dia chega.
amanhã.
outra vez.
do início.
é o morrer de um cansaço em pedaços,
de uma angústia dorida de arrastada pelo dia.
é a violência das descobertas feitas na escuridão
dos soluços quando não há mais palavras
nem gestos
nem sonhos ou
presenças.
há este vazio de solidão e esta solidão vazia
há falta de tudo e nada chega.
há gritos que morrem antes de nascerem,
quando se sufocam em lágrimas e remorsos.
há o conforto doloroso de que o dia chega.
amanhã.
outra vez.
do início.
24/04/2014
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