quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Pobre crença destroçada

Pobre crença destroçada,
Farrapo vogando perdido,
Foi Fado teu (incompreendido)
O de crença falsa, maculada.

Nada te prende ao presente,
Sopras tuas palavras gastas
Para longe, tão longe, as afastas,
Lança-las agora à célere corrente.

Corre o rio embrulhado em si,
Sempre no caminho mesmo e, todavia,
Não corre já o rio que usuía,
O rio ao qual, um dia, deitaste parte de ti.

És pois agora estilhaço,
Caco requebrado e inútil,
Vida esquecida, perdida e fútil.
Se ao menos ao rio não deitaras pedaço.

[20/09/09]

2 comentários:

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Por alguma razão que me ultrapassa (tudo neste mundo me ultrapassa), este poema deu-me vontade de chorar *sniff*

Mas está mui mui mui belíssimo ^^

Kath disse...

A mim também me deu, enquanto o escrevia. xD É mais ou menos dedicado a mim.

Obrigada. (: