É vazio áspero e perene que arde em ira consumida,
É angústia una e ubíqua que de ser parece inócua.
Se há brisa clara, é calor de jaula cercada de deserto
É ter o mundo pela frente e ser só em novelo de si.
É poço é abismo é céu é profundo nada!
É falha! É todas as horas que jamais,
Nunca! foram vividas e se perderam gastas pelo tempo.
É rasgar a alma do fundo pelo mundo!
É quebrar o ser no fim de tudo, antes sequer, contudo,
De o tudo poder, antes de mais, começar.
Claustrofobia exaurida de costas corcundas,
Pesadas de si e da nunca-existência em motins.
Liberdade! Eis que clamas e ninguém te ouve,
És-te acima das ondas do turvo mar dormente,
Submersa em desengonçadas empresas, míseras.
Não te custa mais ser nada em terra de loucos.
É o cansaço desbastador de ambições tamanhas,
É desmedida soberba, de homens senhora,
É condensado ridículo em mãos inábeis!
Oh, desafio que é a vida em desgraça tanta!
É a fuga e retorno ao pesadelo sonhado,
Caule de flor sem pétalas; nem bem-me-quer,
Nem mal-me-quer, nem me-quer-pouco-mais-ou-menos!
E no vento da tarde ficam os restos soprados da razão.
8 comentários:
Oh, tão magnificamente lindo! Soberbo!
Quanto for grande quero escrever como tu...
Beijinhos!
Coxa, tu já escreves extremamente bem, melhor que a je.
Ai não escrevo não...
Ai, escrevem as duas extremamente bem. Aprendam a ficar orgulhosas das maravilhas que escrevem :P
Escreves sim. E tu não tens muito por onde falar, Ana.
Olha tão lindo o.o arranjei duas amigas todas viradas para a poesia ^^
Tu ainda tens de acabar o meu poema!
Nesta minha 1ª visita, creio, devo dizer-lhe que apreciei muito seu poema.
Cumprimentos
Enviar um comentário