segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Amargura.

em que consiste a tua amargura
que escorre insípida pelas ruas da noite?
mísera solitária em que se perdem vagabundos sonhos,
errando na soberba magnífica
onde jazem os abrigos, portos d'alma.

espírito maculado, finda-te,
não te quedes mais em arguta terra de ninguém,
terra mal-amada que se abre em espanto,
caída finalmente no sopro dos ciprestes,
que te lembram sempre o mesmo,
que o viveste uma vez (se uma te chegou).

não sejas, enfim, mais que suspiros vagos,
derradeiros sopros no tempo poente,
pois se não te restam mais frutos da companhia,
não tornes putrefactos d'aquem os medos,
que para terror já te basta o teu,
bastião da tua quase humanidade.

3 comentários:

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Apesar de "amargo", está lindíssimo, como só tu sabes fazer ^^

Abraço!

Francisco Norega disse...

Subscrevo o que a leto disse :P

**

Kath disse...

Bah. Aquilo foi para aliviar a pressão e escrever alguma coisa, não para ter qualidade literária.

Obrigada na mesma. :]