terça-feira, 2 de julho de 2019

no correr das horas

há no correr das horas um abismo só meu.
aqui me estendo, de pés presos ao chão
e mãos cheias de sonhos.
lá em cima na distância, onde só o meu olhar pousa,
espraia-se fogo e vida e som,
mas aqui no abismo sou eu e o silêncio tardio.
pudera eu ser mais leve que a minha fadiga
e levaria estes sonhos tristes à liberdade da existência.
mas neste abismo no correr das horas
tenho menos de mim do que o que sou,
menos que o silêncio ido e voltado,
menos que vida.

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