terça-feira, 18 de novembro de 2008

Conta.

Vamos, conta comigo.
Conta os sóis poentes
e as palavras repetidas,
Conta as cores do dia,
conta as canções da noite.
Contas?
Conta, não digas não.
Conta como contámos as vezes
que o meu nome ecoava
nas salas forradas a insensibilidade.
Conta, vamos.
Conta as espirais enevoadas de nevoeiro,
conta flores em jarras,
banhadas na água do esquecimento.
Conta as gotas de chuva
que são do meu sabor,
conta o que eu conto quando canto contigo.
Conta as horas que regridem,
quando os segundos subtilmente
apagam a sensibilidade
ao cair da noite.
Conta, até contar ser impossível
e na boca se te enrolarem
os sons que contas.
Aí, quando contar mais não puderes,
embala-te no que contas,
contando que não adormeces sem mim.



[Dedicatória.* E obrigada a quem se lembrou.]


*[link] [link] [link] [link]

4 comentários:

Kerhex disse...

Contarei todas as noites, até adormecer contigo.
Está lindo.*

Kiko disse...

Está muito fofo ^^ :p

Não tens nada que agradecer ;)

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Contarei, e obrigarei outros a contar, vezes e vezes sem conta, até que o contar infinito se acabe ^^

Beijinhos!

Anónimo disse...

Está giro.

Não tens nada que agradecer. A tua companhia nas contagens é suficiente. ;-)