terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Palavras de Cinza.

Ficámos para trás, olvidados,
Esboçados sentidos expoentes.
Éramos então importantes,
Restámos abandonados;
Somos agora pecados,
Manchas em imaculados inocentes.

Contámo-nos contados
Relidos em indelicada impaciência.
Fomos resquícios de vidas,
Agora somos enjeitados,
Na lareira ardemos, queimados,
Gasta está nossa breve sapiência.

Pois que de nós resta, se restamos?
Fomos o agora pela mão,
Pela chama o antigo somos.
Enegrecemos, encarquilhamos,
Agora cinzentos, esbranquiçamos.
Isentos do mundo, guardados no coração.

E somos palavras de cinza.

[Colinas, 23/12/08]

6 comentários:

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Lindo! (Apesar de eu não ser fã de palavras em cinza... tadinhas...)

Eu também quero ser Cinza! =D

Tiago Mendes disse...

Espero que estas palavras nunca se tornem cinza. :)

Passo para desejar um feliz Natal para ti e para os teus familiares e amigos! :)

Tiago

Tiago Mendes disse...

Passa pelo meu Reflexões Exteriores. Recebeste alguma coisa por lá... :)

Tiago

O BAR DO OSSIAN disse...

Um Bom 2009!!

Beijinhos.

Lord of Erewhon

Kiko disse...

Já andava há que tempos para comentar o poema, mas sempre que cá vinha estava com a outra conta --'

Adorei, para variar um bocadinho :P


*

Patrícia disse...

Espero que nada mais fique cinza.

Está lindo! Não direi perfeito...mas os gostos mudam de pessoa para pessoa! E de qualquer maneira, também gosto.