sábado, 6 de dezembro de 2008

'Sperança.

De onde vens?, pergunto eu,
Mas não há resposta alguma.
Onde jaz agora a ‘sperança,
Viva em tempos de bonança,
Já vida não resta, nenhuma,
E até o negro morreu.

Mas quedo-me aguardando,
E o corpo da morta fito.
E se algum dia soube viver,
Soube ser mais do que ser,
Tal longe ficou agora, mito,
E despojada me deixo chorando.

Não há cores restantes,
E o cinzento Senhor se clama.
É contradição que persiste,
No seu trono de névoa resiste.
Dias há em que por mim chama,
E de mim olvido o que era antes.

Porém, esgota-se o som cantado,
Ficam os ásperos roçagares do luto.
E os corvos grasnam imprecações;
Antes fossem pragas, maldições.
Oh, ‘sperança, minha vida pela tua comuto,
Devolve pois o mundo ao meu mundo amado.

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2 comentários:

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Lindo, lindo, lindo!
E dito três vezes significa perfeição ^^

Um beijinho!

Kiko disse...

Perfeito, como diz a leto ^^

Obrigado. *abraço*