quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Acrósticos de Dor.

imortal vontade de anti-persistência
não sabes que teimas demasiado?
dói! pára, que me magoas
inimiga cruel, aliada traiçoeira
feres-me com tuas adagas de marfim, mas
estão manchadas a vermelho
recordas sangue.
então é assim que condenas os inocentes
nunca concedendo - desconheces a palavra - misericórdia.
tua vergonha banha as horas
eternamente.



(...)



ergues-te - déjà vu.
ganhas, perdes, no teu centro incontestado
ondulante e infame crença nas flores - e Echos
controlas (-te), e jamais houve tão bela demonstração de amor-próprio
escondes-te, sem te ocultares, na 'splendorosa luz do dia
nada há que não anseies, não é assim?
tomas em ti a tua singularidade
rasgas - numa miríade de pedaços -
infracções alheias
sumindo-te, depois, para os recônditos superficiais
morosamente afastados, por mim (ou por ti - que importa?)
onde não será, alguma vez, deserto corrido de paz.

4 comentários:

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

A indiderença e o egocentrismo são realmente duas cruéis desavenças da alma que deveriam ser abolidas.

Lindíssimo! ^^

Kath disse...

Não sei se deveriam. Gosto bastante do meu egocentrismo, muahah! A indiferença também tem as suas vantagens.

Obrigada. =)

vieira calado disse...

Olha, olha!
Um belo poema duma jovem debutante na blogsfera!

Kath disse...

Não exactamente debutante, mas obrigada na mesma.