sexta-feira, 27 de março de 2009

Perdemos todos os passos que demos

Perdemos todos os passos que demos
Passos foram-no em tempos, são ecos
Agora não servem mais que memórias.

Serenamente gozámos a juventude
Ficamos com o passado nas mãos
Pelas ruas gastámos os passos.

Deduzimos, pelo que vivemos,
Que não há vida justa nem subtil
Que de secreta não tem ela nada.

E todas as canções que cantámos
Oh, tantas, lembro-me de todas!
Deixaram na língua um travo azedo.

Jogámos as inócuas preces ao chão
E as noites pereceram no tempo quente.
Que visão exausta. Que tirano mundo.

[A todos os que me fazem sorrir.]

4 comentários:

Inês disse...

Não saiu soneto, mas está bonito à mesma.^^ E melhores tempos virão. Enquanto não vêm, valham as memórias, porque essas têm a capacidade de proporcionar repetidamente a alegria do momento a que se reportam.

Kath disse...

Nunca é a mesma alegria. Apesar de tudo, vai esmorecendo.

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Há que saber alimentar as memórias, saber guardá-las e preservá-las. Torná-las eternas e não passageiras.

Gostei muito do seu poema, donzela ^^

Beijinhos!

laepo disse...

Eu também gostei oh fofura ^^